Tuesday, October 16, 2007

Olhos azuis por aqui também

Sobre os olhos azuis, de novo. Andei pensando e não somos muito diferentes dos nossos amigos norte-americanos. Nas últimas cinco eleições para o governo do Paraná, escolhemos homens de olhos azuis para nos governar. Duas vezes Jaime Lerner, três vezes Roberto Requião.
Desde que começamos a ter no país o Horário Eleitoral Gratuito, excluído aí o período da fantástica Lei Falcão, só uma vez, com Alvaro Dias, os paranaenses escolheram alguém de olhos castanhos.
Isso não vale para todo o país. Nossos presidentes têm olhos escuros, por tradição, incluindo aí Collor, Fernando Henrique e Lula, para ficar nos mais recentes. O texto da Noele Kensut que eu citei dois posts atrás pode ter a explicação. Ela diz que nos EUA, metade da população já chegou a ser de pessoas com olhos azuis. Assim, ao escolher como escolhem, os ianques estariam optando sempre por uma volta às raízes. Americanos tradicionais no poder, não imigrantes mais recentes, que derrubaram a taxa-de-olhos-azuis para 16,7%.
No Paraná, talvez valha a mesma regra: optamos pelos europeus migrantes do século 19, não pelos que chegaram há menos tempo, de lugares "menos chiques". No Brasil como um todo, essa relação entre tradição de olhos claros e invasão de olhos castanhos não vale.

Chacina e plutônio

Houve uma chacina em Almirante Tamandaré. Três homens encapuzados atiraram contra cinco pessoas em uma casa. Era uma favela, chamada Nova Morada. Fui lá ver, para fazer a reportagem. Cheguei doze horas depois do crime.
O incrível da história toda é que cheguei ainda antes de nossa insigne Polícia Civil, encarregada das investigações. A casa, um ameaço de casa, na verdade, estava aberta. E as pessoas entravam e saíam de lá. Se houvesse alguma pista, alguma prova, já era.
Passei na delegacia. Perguntei porque os policiais ainda não tinham ido até lá. Eles disseram que o dia estava cheio. E aí eu me pergunto: o que de tão importante pode ter acontecido em Almirante Tamandaré que tenha sido mais importante para a Polícia Civil do que uma chacina? Só se acharam plutônio enriquecido na casa de alguém por lá. Mas acho improvável que isso tenha acontecido.

Monday, October 15, 2007

Fred Thompson na Casa Branca

Fred Thompson vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos. Quem? Pois é. Aqui no Brasil, é um desconhecido. Mas uma blogueira norte-americana fez um raciocínio bem bacana . E chegou à conclusão de que ele é o favorito para suceder George W. Bush.

O texto de Noele Kensut começa mostrando que uma premissa básica para ver quem pode ser presidente é a cor dos olhos. É isso aí. Ela mostra que desde Nixon, todos os presidentes dos EUA tinham olhos azuis. Melhor dizendo: desde que a tevê colorida dominou o país, só pessoas de olhos azuis chegaram à presidência: o próprio Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan duas vezes, George Bush pai, Bill Clinton duas vezes e George W. Bush outras duas vezes.

Coincidência? Pode ser. Mas ela mostra que há razões para acreditar que a conexão entre uma coisa e outra é mais do que fruto do acaso. Apenas um em cada seis norte-americanos tem olhos azuis. Ou seja: não estão sobrando candidatos com esse requisito por aí. Eles são muito bem filtrados antes de chegar à presidência.

Kensut também mostra que os presdientes desde Nixon também seguem outros requisitos: são homens, brancos, altos e de estados do Sul ou do Oeste. Barack Obama? Hillary Clinton? Parece que não. Kensut aposta que os Democratas, seguindo essa lógica, lançarão John Edwards. E os Republicanos irão de Fred Thompson. E o republicano ganhará. Por quê? Porque é o mais alto dos dois.

Se ela acertar, ganha o Nobel de Economia.

PS: Lembra o sempre alerta colega Bob Marochi que os brasileiros também têm suas idiossincrasias. Nunca elegeram um careca presidente.

Criadouro de dengue

Colocaram uma estrutura de metal na Praça Osório. Em cima, uma cobertura de plástico, ou algo parecido. É flexível e está cheia de água. Puseram lá como se fosse arte. Arte contemporânea. Arte conceitual, entende? Diz a autora, com um sic do lado, que a água forma uma lente. E que quem passa embaixo vê, por meio da água, a cidade deformada.

Podia ser legal. Uma coisa meio inusitada: espelhos e lentes mostrando algo que a gente não esperava. Espelhos deram quadros históricos, como no caso de Van Eick. Ilusões de ótica renderam experiências magníficas, como no caso de Escher. Cálculos ligando física e arte deram obras excepcionais, como em Da Vinci. Podia ser legal.

Passei lá. Não é bonito. Não deformou nada. Não tem cálculo nenhum. É só a estrutura, o plástico e a água.

Não sei se é picaretagem.

Só sei que parece mais é com um criadouro de dengue.